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HARD ROCK MAGAZINE - 2001

 

Por Olivier Rouhet [Hard Rock Magazine (France)]?traduzido do francês para o ingles por Charlie Farrell (chazzyf).

 

Os membros da banda italiana Lacuna Coil definitivamente não são preguiçosos. Aqui estão eles, prontos e lançando seu novo CD Unleashed Memories, que apresentamos à vocês na nossa edição 64, com a maravilhosa Tarja na capa. E é novamente uma mulher extremamente linda que iremos entrevistar hoje, Cristina Scabbia, competindo pelo premio “Golden Voice” (voz de ouro). Em turnê pela França, abrindo para a banda Theatre of Tragedy, a cantora de cabelos compridos nos deu vários minutos de seu precioso tempo, pouco antes de subir ao palco do, então lotado, Club Dunois, uma pequena casa de shows em Paris.

 

Hard Rock: Agora que o “Unleashed Memories” foi finalizado há alguns meses, o que você acha do álbum de forma geral?

 

Cristina Scabbia: Nós estamos completamente satisfeitos com ele. Qualitativamente ele é excelente, as músicas são excelentes, as reviews sobre ele são excelentes, a reação do público à ele foi excelente. Tudo está excelente! (risos) Nós estamos em várias revistas. Nós alcançamos nosso objetivo artisticamente, e eu acredito que essa seja a coisa mais importante. O álbum possui 10 faixas, uma das quais, Senzafine, já foi lançada préviamente no mini-ábum Halflife. Unleashed Memories é mais melancólico e maduro do que o que conseguimos fazer e compor antes. Nós estamos completamente satisfeitos com a produção, porque pela primeira vez nós co-produzimos o álbum com o Waldemar Sorychta, e antes ele fazia tudo sozinho. Ao contrário do que tem sido dito, o álbum não tem um conceito, não é um álbum temático, cada música é bem distinta uma das outras.

 

HR: A música de vocês poderia ser adequada à um álbum temático (concept-album)...

 

CS: Talvez, mas eu não gosto do conceito de termos um tema! (risos) Nós somos quase anarquistas, tudo deve ser diferente dentro do álbum. Nós gostamos de compor letras pessoais, sobre a nossa vida diária, mas que ao mesmo tempo possa permitir ao ouvinte sua própria interpretação. As letras são realmente sobre assuntos que amamos, odiamos... Nós não somos inspirados por dragões e guerreiros! (risos)

 

HR: Como vocês seis compõem juntos?

 

CS: Normalmente nós trabalhamos individualmente nas idéias básicas, por exemplo um riff de guitarra. E então quando estamos todos juntos, somamos nossas idéias, trabalhamos nos arranjos, nas melodias vocais, e só no final trabalhamos nas letras.

 

HR: Você compõe as letras ou trabalha junto com o Andrea?

 

CS: Num geral trabalhamos separados. Mas dessa vez, como não tivemos muito tempo livre, fui eu quem escrevi a maior parte das letras. E realmente foi meio delicado juntar as idéias dessa vez, porque além da música nós dois temos outro trabalho em Milão.

 

HR: O que você acha da evolução musical que vocês tiveram desde seu primeiro EP?

 

CS: É dificil falar sobre evolução musical, pois temos nosso próprio estilo... Vamos dizer que nossa evolução talvez seja definível em comparação com nossa maturidade, com tudo o que aprendemos sobre técnicas em estúdio por sermos co-produtores... Eu acho que hoje somos mais precisos. E nisso quero dizer que construímos nossas músicas sobre melodias simples, e seguindo isso as enriquecemos com arranjos. Antes disso nossas composições eram mais circinais, complicadas, caminhando para todas as direções. As vezes tínhamos três músicas em uma só! Nós aprendemos a ser mais simples, o que pode parecer um paradoxo.

 

HR: Nos palcos, vocês não tem nenhuma preocupação sobre seus arranjos? Vocês tocam com click, não?

 

CS: Tocamos. É imperativo, já que usamos samples. Essa tecnologia é realmente útil, não só no nível de orquestrações. Por exemplos, nós conseguimos ter três linhas vocais de backing vocals durante a apresentação, coisa que não conseguíamos fazer antes.

 

HR: Vocês já pensaram em trabalhar com alguém que não fosse o Waldemar?

 

CS: Sim, após o Halflife. Nós pensamos sobre trabalhar com outro produtor, mas vimos que era uma idéia idiota. O segundo álbum é crucial na carreira de uma banda. Nós não tínhamos nenhum desejo de correr riscos. Estamos em osmose perfeita com o Waldemar e não podíamos nos permitir estragar tudo. Teria sido ridículo mudar simplesmente por mudar, porque atualmente o foco está nos produtores, e as pessoas tendem a esquecer a música e focam no nome de quem quer que seja que a produziu.

 

HR: Por que você começou a cantar?

 

CS: Para me divertir. Além disso, mesmo que hoje seja algo mais profissional, eu continuo me divertindo muito!

 

HR: O que você costumava ouvir quando era mais nova?

 

CS: De tudo um pouco. Eu era muito aberta e me recusava a me restringir à apenas um estilo. Além disso eu considero que é em ouvir de tudo um pouco que conseguimos fazer progresso. Mesmo quando alguém ouve alguma merda... Pelo menos assim a pessoa sabe o que ela não deve fazer! (risos)

 

HR: Você tem alguma banda favorita?

 

CS: Difícil dizer… Acho que no começo eu teria dito Depeche Mode… Mas igualmente Septic Flesh, Meshuggah ou Strapping Young Lad.

 

HR: Logo menos vocês irão fazer parte da turnê Metal Odyssey, acompanhando Dimmu Borgir, In Flames e Nevermore. Isso não te deixa com medo?

 

CS: É verdade que é um pacote estranho! Mas nós gostamos de tocar, e vamos ter a oportunidade de ter exposição à uma audiência nova, é meio que um festival na verdade. Sobre ter medo... Por que eu ficaria com medo? Se as pessoas não gostarem da nossa música, não é nossa culpa! Então eu não estou com medo, porque nós já temos fãs muito importantes que nos seguirão.

 

HR: Em turnês você tem que tomar muito cuidado com sua voz?

 

CS: Não tem muito que eu possa fazer… É necessário dormir bastante, não fumar e não beber... E não tem muito o que você possa fazer quando você tem problemas com sua voz, nenhum remédio pode te ajudar. É necessário saber como se manter bem! A parte mais difícil é a fumaça nas casas de shows.

 

HR: Você não quer um copo de cerveja ou uma taça de vinho depois de um bom show?

 

CS: Sim, claro. Mas apenas uma. Eu sou uma pessoa naturalmente alegre. Eu não preciso de álcool ou drogas para me divertir.

 

HR: Quais as metas que você colocou para sua vida?

 

CS: Ah, essa é difícil. Vamos dizer que seja manter o mesmo nível de qualidade em nossas músicas e nunca se entediar com o que estamos fazendo. Eu vejo muitas bandas que performar sua arte se igualou a trabalhar em um escritório. Na verdade, é difícil ainda esperar mais alguma coisa. Nós tivemos tanta sorte nos últimos três anos com tudo que nos aconteceu... De qualquer forma, nesse momento, eu estou vivendo meu sonho. Na verdade, eu tenho percebido isso desde que fomos assinados pela gravadora.

 

HR: Tem alguma chance de vermos vocês tocando na França como banda principal?

 

CS: Eu espero que sim, mas é verdade que no momento nada está sendo planejado. Mas de qualquer forma é um dos nossos maiores desejos, porque o público francês é muito carinhoso e acolhedor, um dos mais cordiais para os quais já tocamos.

 

 

Original Francês: http://www.emptyspiral.net/interviews/hard-rock-fr-2004/

Tradução Inglês: http://www.emptyspiral.net/interviews/hard-rock-en-2004/

 

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